Fantasmas sinistros: eles investigam a queima do trabalho de Frida Kahlo para transformá-lo em um NFT

Milionário empresário mexicano Martin Mobarak queimou uma das páginas do diário de Frida Kahlo avaliada em US$ 10 milhões para transformá-la em 10.000 peças digitais e vendê-las na forma de Non-Fungible Token (NFT), um certificado usado para registrar a propriedade de colecionáveis.
Mobarak era o dono da obra intitulada “fantasmas sinistros” , pelo que nesse momento também fez um discurso aos presentes, no qual garantiu que o fazia para destinar parte dos lucros a causas beneficentes relacionadas com crianças; bem como projetos para transformar e revolucionar a arte digital.
Entre as instituições que serão beneficiadas com esta ação estão o Museu Casa Frida Kahlo, o Palácio de Belas Artes e a Escola Nacional de Artes Plásticas.
O desenho de Kahlo é uma das peças de seu diário, feito entre 1944 e 1954; enquanto o de 57 anos é o CEO da Frida.NFT, uma organização dedicada à tecnologia blockchain que busca reunir colecionadores e artistas para "imortalizar" obras.
O site indica que, com a transformação digital, a arte de Kahlo "serão compartilhados em todo o mundo" para criar doações que continuarão a crescer "na eternidade".
O milionário comprou a imagem em 2015 da galeria de Nova York Mary Anne Martin. Agora, ele decidiu queimar uma página do diário de Frida em meio a aplausos e com a música "Cielito Lindo", interpretada por mariachis, ao fundo no final de julho.
Durante o discurso, Mobarak também admitiu que os NFTs serão vendidos cada um por 3 ETH com os quais ele espera levantar mais de 800 milhões de pesos (cerca de 40 milhões de dólares).
No entanto, o Instituto Nacional de Belas Artes e Literatura (Inbal) do México informou nesta segunda-feira que está investigando a suposta destruição de uma obra original da pintora mexicana Frida Kahlo (1907-1954), pois há um decreto pelo qual todos os obras do artista foram declaradas monumento artístico.
Além disso, o Inbal negou o Palácio de Belas Artes e/ou o Museu do Palácio, receberá qualquer doação do referido colecionador e lembrou que o Banco do México é um administrador do Museu Diego Rivera e Frida Kahlo.
“Na sua qualidade de titular dos direitos patrimoniais das obras e até à data, não recebeu pedido e não emitiu autorização de reprodução da referida obra”
indica em uma declaração.
O que aconteceu está circulando, desde este final de semana nas redes sociais, aqui está o vídeo:
